quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sem lugar para lixo eletrônico

Fonte: Hoje Notícia

Sem lugar para lixo eletrônico

População não sabe o que fazer com eletroeletrônicos estragados e os joga em lixeiras comuns, o que pode contaminar o solo
Angélica Queiroz

A maioria das pessoas não sabe ao certo o que fazer com aquele computador que foi substituído por um mais novo, aquela televisão velha ou qualquer outro eletroeletrônico que não funciona ou que simplesmente não é mais utilizado. Assim, muita gente deixa esses objetos pelos cantos da casa, os abandona em lotes baldios, calçadas ou até joga no lixo comum. Nenhuma dessas alternativas é a adequada, já que esse tipo de lixo pode causar grandes danos ambientais, por conter metais tóxicos ao solo, como o cádmo e o cobre. Em Goiânia falta orientação. Isso acontece, principalmente, porque até o poder público não sabe bem o que fazer com esse tipo de descarte já que não existe na cidade nenhum local público adequado para depositar ou reciclar esses aparelhos.
De acordo com o diretor de coleta seletiva da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Mário José de Oliveira, por lei, o lixo eletrônico é de responsabilidade de seu fabricante. Assim, quando encontrado, a Comurg o encaminha para as empresas porque não tem onde depositar tais aparelhos e nem como reciclá-los. Por isso, segundo ele, não existe nenhum ponto de coleta de lixo eletrônico na capital. “O destino da coleta seletiva são as cooperativas. Mas elas não estão preparadas para lidar com esse tipo de material”, explica.
Para Mário, o ideal seria ter uma usina de reciclagem ou um depósito adequado. Segundo ele, já existe um projeto que está em fase de estudo, mas nada ainda foi definido, já que o custo da construção de um local desses é alto. “Goiânia tem essa necessidade. A coleta seletiva aqui é uma das melhores do Brasil. No caso de ter um lugar, poderíamos utilizar essa estrutura e recolher também o lixo eletrônico”, destaca o especialista. Ele lembra que, mesmo sem ter um local adequado, as pessoas nunca devem jogar os eletroeletrônicos no lixo comum. Uma opção, segundo Mário, é devolver o aparelho para loja de origem.
Coordenadora do Comitê para Democratização da Informática (CDI), Quimico Yamomoto afirma que o grupo sonha poder implantar vários pontos de coleta em Goiânia e criar um local para depositar esse tipo de lixo. “Aí poderíamos recuperar o que pode ser recuperado e dar destino adequado ao que não pode”, planeja. Segundo ela, o comitê já tenta recolher principalmente computadores e consegue recuperar 30% das máquinas. “Muita gente nos doa equipamentos que ainda funcionam”, comenta. Ela explica que essas máquinas recuperadas são doadas para entidades filantrópicas e que o que não pode ser reaproveitado é entregue para empresas.

Catatreco
O diretor de coleta seletiva da Comurg lembra que a única alternativa oferecida pela Prefeitura é o projeto Catatreco, que recolhe os objetos em casa e os repassa para as cerca de 300 famílias cadastradas nas cooperativas conveniadas ao Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS), que os distribuem entre seus membros. Qualquer um pode agendar recolhimento de móveis e eletroeletrônicos pelo telefone (062) 3524-8555. No entanto, o foco do projeto são objetos reaproveitáveis. “Se encontramos objetos que não temos como reaproveitar, fazemos uma triagem e encaminhamos para local adequado.”
Mesmo entre as empresas privadas, apenas uma trabalha com esse tipo de descarte. O depósito fica no Setor Leste Vila Nova, próximo à Praça da Bíblia e que tem o nome de Sucata Eletrônica. Lá, é possível inclusive vender alguns itens de computador. Outros, considerados sem valor comercial, são aceitos de graça. Segundo um responsável pela empresa, no local é feita uma pré-reciclagem e grande parte do material, como o plástico, é triturada e reaproveitada.

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