segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Enfim uma TI sustentável

 Fonte: Revista Ecológico

Enfim uma TI sustentável

“Ama e faze o que quiseres!” Santo Agostinho

Roberto Francisco de Souza (*) redacao@revistaecologico.com.br
Pessoas e empresas que trazem em seu DNA uma visão da tecnologia para produzir o bem comum podem até jogar fora suas pilhas alcalinas em locais apropriados, mas não são sustentáveis principalmente por isso.
Pessoas e empresas que trazem em seu DNA uma visão da tecnologia para produzir o bem comum podem até jogar fora suas pilhas alcalinas em locais apropriados, mas não são sustentáveis principalmente por isso.
Já não sei ao certo o que é sustentabilidade e antes que o leitor irado inicie um twittaço para me tirar desta coluna, explico o porquê.
O público me consulta e quer saber se sustentabilidade em tecnologia da informação é somente cuidar para que os resíduos da tecnologia não poluam o meio ambiente. Argumento que não. Recorro aos textos sobre a TRIPLE BOTTOM LINE para comprovar que a sustentabilidade vai muito além, mas de pouco adianta. O senso comum me condena, e os gestores mais pragmáticos de TI correm para descartar seus equipamentos de forma ecológica e receber as honras da sustentabilidade para seus negócios. Nem pensam se existe mundo sustentável além desta prática.
As empresas que têm na tecnologia da informação o cerne de seu negócio, em particular, sofrem com o conceito. Para muitas, pouco importa se não são um lugar bom para se trabalhar, desde que plantem árvores e despoluam suas consciências. Mas não deveria ser assim!
Se existem empresas, mineiras inclusive, que desenvolvem bem programas voltados para a conservação do bioma e ainda pensam nas pessoas, também é verdade que muitas organizações de tecnologia são consideradas sustentáveis porque desenvolvem e distribuem à sociedade tecnologias inclusivas, capazes de transformar a realidade de populações inteiras. Não será preciso que limpem sozinhas os oceanos e a órbita da terra. Se fizerem muito menos que isso vão contribuir demais para um mundo melhor. E terá sido por meio da tecnologia! Se criarem novas vagas de emprego, novas profissões e incluírem mais pessoas no mundo do conhecimento terão cumprido um papel importante. Se nos ajudarem a sermos mais democráticos, votarmos melhor, decidirmos melhor e mais frequentemente o futuro de nossas cidades, estarão sendo, de fato, essenciais para a vida no planeta.
Já disse que deviam soltar os bandidos e prender os fiscais, tanto que escuto prefeitos aceitarem crimes ambientais porque, vejam vocês, não têm como fiscalizar. Quanta infração a códigos de postura urbana não é cometida em nome dessa ignomínia!
Pois está aí a tecnologia, centenas de milhares de celulares baratos, equipados com câmera fotográfica e torpedos que, usados corretamente pelo cidadão, podem se tornar instrumentos eficazes de fiscalização e multa para aqueles que só desafiam o bem comum porque não temem serem pegos.
Vão me dizer que faço a apologia do “grande irmão”, sei disso, mas a crítica só valerá se a tecnologia for usada para controlar nossas vidas e não para melhorá-las.
Pessoas e empresas que trazem em seu DNA uma visão da tecnologia para produzir o bem comum podem até jogar fora suas pilhas alcalinas em locais apropriados, mas não são sustentáveis principalmente por isso. Elas carregam aquele espírito de vida que habita as almas de bem e, para essas almas, como nos propõe a boa armadilha de Santo Agostinho, a ordem está dada: ama e faze o que quiseres!

Technotes
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(*) Diretor-geral da Plansis, vice-presidente de Sustentabilidade da Sucesu-MG e presidente do Comitê para a Democratização da Informática - CDI e diretor do Arbórea Instituto.

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