segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Michael Dell acredita em inclusão digital sustentável

Globalmente, Michael Dell, chairman da Dell, enxerga a fabricante como provedora de soluções e serviços e é essa área quem trará maior crescimento para a empresa. Após 10 anos de atuação no Brasil, o executivo avalia um grande potencial no País como centro para os negócios na América Latina. De volta à cadeira de CEO da organização desde 2007, o executivo já deu sinais de que a antiga Dell ficou para trás e aposta, ainda, em telefones inteligentes e na inclusão digital com uma proposta sustentável.

Isso significa, segundo Paul Bell, presidente do Segmento Public da Dell – área criada há três anos -, que o Programa de Inclusão Digital da fabricante se apóia em três pilares: conteúdo, tecnologia e formação. O resultado dessa combinação é a sustentabilidade. “Não criticamos o projeto que fornece um computador por aluno, mas acreditamos que isso não seja suficiente. Essa iniciativa não deu certo em muitos lugares do mundo porque os professores não tinham conhecimento necessário”, comenta Bell quando questionado pela imprensa a respeito do Programa Um Computador por Aluno.

Sem divulgar quanto foi investido no Programa Sala de Aula Conectada da Dell, projeto piloto implementado em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, em Hortolândia (município em que abriga a fábrica brasileira), sem dúvida que a Dell quer fomentar a sua entrada na disputa por projetos de inclusão digital no País. Afinal, há um potencial imenso a ser explorado pela indústria de TI no Brasil: somos 62 milhões de usuários de internet, 25 milhões usuários web nos domicílios, 32 milhões de estudantes no Ensino Fundamental e 8 milhões de alunos do Ensino Médio. “O Brasil é o número um entre os países que mais passam tempo na interne”, lembra Bell.

A iniciativa não é nova. “No México, começamos com um piloto e depois vencemos uma concorrência, onde o governo forneceu o conteúdo educacional e nós toda a parte de equipamentos e serviços. São mais de 60 mil alunos beneficiados", comenta Peter Wiegandt, diretor geral para a América Latina.

Apesar de reforçar o seu posicionamento em verticais como governo, educacional e saúde, a companhia não diz quando entrará em licitações do Governo Federal. Questionado pela imprensa, durante a coletiva realizada nesta quinta-feira (05/11), sobre as críticas feitas pelo Presidente Lula ao preço do computador por aluno e do motivo pelo qual a fabricante não ter participado de pregões recentes na área de inclusão digital, o diretor geral da Dell no Brasil, Raymundo Peixoto, e Michael Dell, evitaram tecer comentários.

Na sala de aula

Diferente da iniciativa do Projeto Um Computador por Aluno, o Programa Sala de Aula Conectada da Dell abastece 26 escolas públicas de Hortolândia, implementada em 32 salas de aula, abrangendo 90 professores e seis mil alunos das 1ª e 5ª séries do ensino Fundamental e Médio. A solução Sala de Aula Conectada oferece ferramentas tecnológicas que podem ser usadas em sua totalidade pela escola ou não. O projeto – realizado em parceria com o Comitê para Democratização da Informática (CDI) - passará por uma avaliação da UNESCO.

O kit completo é composto por lousa interativa, conexão sem fio, projetor, sistema de som, impressora, estação móvel, notebook sensível a toque para professores e netbooks wireless para cada aluno. O sistema operacional de cada equipamento tanto pode ser Windows 7 como Linux, com sistema de gestão educacional desenvolvido pela USP.

O projeto, de doze meses, iniciado em agosto, ainda não avançou no que diz respeito ao uso de netbooks Latitude 2100 – que nos Estados Unidos custa entre US$ 500 a US$ 700. “Não existe um cronograma de quando os alunos e professores estarão com os seus equipamentos. Isso dependerá da Secretaria de Educação e um comitê Pedagógico criado para o programa”, diz Ricardo Velasco, diretor de soluções da Dell para América Latina.

Velasco diz que a Dell ainda não possui uma data para o seu ingresso em licitações, mesmo após o projeto piloto no Brasil. “Vamos devagar, uma vez que cada Estado tem a sua peculiaridade. “As iniciativas de inclusão digital devem ser sustentáveis e o aluno precisa ser o maior beneficiado. Por isso, a combinação da solução tanto pode ser um para um ou um para vários”, reforça Raymundo Peixoto, diretor geral da Dell Brasil.

O diretor de soluções da Dell para América Latina adiantou, ainda, para a imprensa que os Netbooks Latitude 2100 – especialmente voltado para a sala de aula – serão fabricados no Brasil em meados de novembro. Entretanto, não disse para quem será destinada a produção do equipamento. “Ainda não temos negócios para fechar com o Governo, mas também vamos atuar na educação privada, com a oferta dos netbooks”, conta Valasco sem dizer os contratos que serão ou já estão fechados.

Fonte: Decision Report Online - SP

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