terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Artigo: Acabou a paciência

Fonte: Sucesu Minas

Artigo: Acabou a paciência

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Leio, nem um pouco estupefato, que João já não ama Teresa, que também não se importa com Raimundo, que se desligou de Maria, que nem se lembra de Joaquim e por aí vai. Para quem pensa que estou fazendo a antítese da Quadrilha de Drummond, errou feio! Estou falando do Facebook e de outras redes sociais que muita gente , procura lá no Google, já diz não gostar mais.


Quando tudo começou, quando Deus criou a internet (que, como tudo na vida deve ser criação dele), as pessoas foram descobrindo que ela oferecia respostas e amigos, era um oráculo para todas as causas. Foi então, que o Orkut bombou, e criamos o verdadeiro mundo globalizado.
De um dia para outro você montava uma rede sortida de amigos e, mais recentemente, já podia comprar seguidores no Twitter novinhos em folha por módicos seis centavos a cabeça, não sei se com cérebro dentro.

Há quem explique o desinteresse pelas redes sociais dizendo que a patuleia conectada está errando a mão e lotando a internet de bobagens.
Eu, de minha parte, reclamo que meus amigos mais interessantes andam calados. Os mais úteis como o Luiz, que me brindava com piadas selecionadíssimas todos os dias pelo Twitter, andam desmotivados e sem graça, abrindo perigoso espaço para os que estão convencidos de que quero jogar CityVille em todas as horas do dia e da noite.

Fica o registro: eu odeio CityVille e não quero jogar com ninguém! Explicar como se joga muito menos, porque não sei explicar um jogo em que um lado joga, mesmo não querendo jogar.

Em resumo, a minha paciência e a de muita gente acabou. Somando todo mundo que está sendo bloqueado nas redes por perturbar a paz cibernética alheia, um verdadeiro extermínio está em curso, algo de fazer inveja aos nazistas, em que pese ser um extermínio virtual.
Mas minha paciência vislumbra uma esperança no horizonte, aquele momento de iluminação em que a população plugada deixará de despejar lixo na porta eletrônica do vizinho, ainda que embrulhado em laços de fitas modelo ppt e correntes do bem.
Há quem diga que devo esperar sentado. Há quem afirme que a morte do Face decretaria o nascimento de outra rede, uma moda diferente e tudo começaria de novo, igualzinho!

Filósofos não compartilham minha esperança e educadores, especialmente os mais velhos, não compartilham minha esperança, mas ainda assim eu creio na inteligência coletiva e na vitória das redes sociais como instrumento de transformação do mundo para melhor!
Paciência: devo ser só eu e a velhinha da Taubaté...

Roberto Francisco de Souza é Diretor-geral da Plansis, vice-presidente de Administração e Finanças da Sucesu Minas, e presidente do Comitê para a Democratização da Informática - CDI e diretor do Arbórea Instituto.

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