quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CDI defende aliança entre governo e pequenas empresas em banda larga

Fonte: Agência Estado de São Paulo

A infraestrutura de banda larga a ser criada pelo governo deve estimular a competição e a queda nas tarifas dos serviço de internet rápida, defende o fundador, no Brasil, do Comitê para Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio. O CDI é uma das dez organizações representativas da sociedade civil, como ONGs, que serão recebidas hoje à tarde, às 17h30, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir propostas para o Plano Nacional de Banda Larga.

Baggio disse que esta reunião servirá para obter informações sobre os planos do governo e apresentar sugestões para a massificação da banda larga. Segundo ele, o CDI vai compartilhar sua experiência, de cerca de 500 projetos de inclusão digital em todo o Brasil e presença em 13 países. "O governo tem que estar focado em levar a infovia (estrutura de banda larga) para todos os municípios, oferecendo tarifas justas para a criação de projetos sociais em que pequenas empresas possam competir", afirmou Baggio. Ele disse que é preciso reverter o quadro atual que coloca a internet brasileira como uma das mais caras do mundo.

O representante do CDI defendeu também uma "aliança" entre governo, pequenas empresas e sociedade civil para garantir uma banda larga de qualidade. "Nossa visão é de negócios sociais. Não concordamos com uma visão estatizante de se criar uma estrutura burocrática que dificulte o processo", afirmou.

Neste sentido, o CDI vai sugerir que sejam apresentadas soluções específicas para cada segmento, como tarifa diferenciada para as lan houses, que são mais de 110 mil em todo o País e são responsáveis por grande parte do acesso à internet no Brasil. Ele explica que o maior custo das lan houses hoje é a conexão em banda larga.

A reunião, que contará também com a presença de acadêmicos, será comandada, de início, pelo coordenador dos projetos de inclusão digital do governo, Cezar Alvarez, e o presidente Lula estará presente no fim do encontro. Segundo assessores da Presidência, esta não será uma reunião conclusiva.

O governo vem trabalhando desde setembro passado no projeto de expansão da banda larga. Os estudos que serão apresentados ao presidente, provavelmente na quarta-feira da próxima semana, sugerem a criação de uma estatal para atuar tanto na transmissão de dados, no atacado, quanto na oferta de serviços ao consumidor final. Os técnicos estimam investimentos de R$ 20 bilhões em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Uma das ideias é revitalizar a Telebrás para ser a operadora da banda larga do governo. Lula contará também com outra proposta, apresentada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de fazer a expansão dos serviços de internet rápida em parceria com as grandes empresas de telefonia, entre elas a Oi e a Telefônica.

Um comentário:

Andre Bordignon disse...

Acredito que o acesso a banda larga deveria ser um direito do povo. E como direito não temos como delegar isso a empresas que visam somente o lucro. Essa delegação gera os resultados que vemos hoje. Somente 7% da área rural tem acesso a Internet. Essa área não gera lucro e portanto as grande empresas de telecomunicações não se interessam. Se fizermos novamente esse processo para a banda larga provavelmente teremos o mesmo resultado. Direito do povo deve ser dever do governo.