Fonte: Formidia
Na análise de Heitor Blum S. Thiago, presidente do Comitê para Democratização da Informática (CDI) em SC, os números da pesquisa da FGV são expressivos, mas inclusão digital é mais do que um computador com internet em casa.
A coordenadora pedagógica Camila Bittencourt explica que não basta saber usar o Facebook e sim usar a ferramenta para melhorar a vida própria e também da comunidade onde vive. O CDI está em 16 comunidades carentes, com cursos de informática focados na geração de renda e emprego. As experiências realizadas no município comprovam que a entrada para o mundo digital pode ir além da aquisição de um computador.
O aposentado Hélio Garcia, de 54 anos, que o diga. Ele não só tem um computador em casa, como também várias máquinas e peças de informática espalhadas pela sua oficina improvisada. No ano passado, ansioso por estar há muito tempo sem trabalhar, decidiu encarar o aprendizado de informática no curso de Manutenção de CDI.
Hélio foi tão bem sucedido na tarefa, que, três meses depois de finalizado o curso, abriu o seu próprio negócio como técnico em informática. Arrumou uma casa nova para o cachorro no quintal, e montou a oficina no antigo canil. Em um corredor de 1,5 por 10 metros, ele trabalha, hoje, para cerca de 30 clientes mensais. O investimento para abrir a empresa foi de R$ 7 mil.
(DC, 31/07/2012)
Santa Catarina conectada
Florianópolis, São José, Balneário Camboriú e Blumenau estão entre as cidades brasileiras melhores colocadas no ranking da inclusão digital, a ser divulgado hoje pela FGV. A Capital é o segundo município do país em casas com computadores e o quarto em residências com internet.
Acima da média nacional e mundial, SC foi destaque na pesquisa Mapa da Inclusão Digital, que será divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Florianópolis também chamou a atenção. Além de ter os melhores índices entre as capitais, é a segunda cidade do país com mais moradores com computador em casa e a quarta no acesso à internet em residência.
O estudo mostra que, em SC, 54,03% das pessoas têm computador em casa, bem à frente da média de 21,79% registrada no país. Em relação a conexão à internet, 41,66% dos lares catarinenses têm o serviço, enquanto no Brasil a média é de 14,74% e no mundo, 33,49%. A pesquisa demonstra que o Estado não se destaca somente na quantidade, mas também pela qualidade. Entre os computadores ligados à rede em SC, 58,65% usam banda larga, melhor desempenho nacional.
O Mapa da Inclusão Digital ainda relaciona outras cidades catarinenses, além da Capital, com bons indicadores. São José e Balneário Camboriú estão entre as top 15 nacionais tanto em número de computadores como no acesso à internet. E Blumenau aparece na 17ª posição em número de computadores de casa (veja gráficos ao lado).
Os bons resultados também significam melhor mão de obra, população informada e com maior capacidade de aprendizado. Doutor em Desenvolvimento Humano pela USP, Fernando Becker, diz que a inclusão digital faz uma diferença enorme na vida das pessoas, que se tornam muito mais preparadas intelectualmente. Isto é traduzido em maior facilidade para aprender, o que resulta numa formação de mais qualidade. Ele acrescenta que, com a internet, a população tem acesso a conteúdos que estavam restritos a bibliotecas e salas de aula.
Reflexos positivos para a economia
A inclusão digital também tem reflexos positivos na atividade econômica, afirma Alcides Leite, professor de Economia da FIA. Ele declara que o contato com a informática e a internet forma pessoas mais capacitadas e com melhor condições de conseguir um bom emprego.
O presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard, cita o polo de tecnologia da informação e as boas universidades existentes como alguns dos motivos para o bom desempenho de Florianópolis. Lembra da condição econômica da população. O estudo da FGV classifica a internet como uma marca das classes A e B, predominantes na Capital.
(Por Felipe Pereira e Janaina Cavalli, DC, 31/07/2012)
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