Sem lugar para lixo eletrônico
População não sabe o que fazer com eletroeletrônicos estragados
e os joga em lixeiras comuns, o
que pode contaminar o solo
Angélica Queiroz
Angélica Queiroz
A
maioria das pessoas não sabe ao certo o que fazer com aquele computador
que foi substituído por um mais novo, aquela televisão velha ou
qualquer outro eletroeletrônico que não funciona ou que simplesmente não
é mais utilizado. Assim, muita gente deixa esses objetos pelos cantos
da casa, os abandona em lotes baldios, calçadas ou até joga no lixo
comum. Nenhuma dessas alternativas é a adequada, já que esse tipo de
lixo pode causar grandes danos ambientais, por conter metais tóxicos ao
solo, como o cádmo e o cobre. Em Goiânia falta orientação. Isso
acontece, principalmente, porque até o poder público não sabe bem o que
fazer com esse tipo de descarte já que não existe na cidade nenhum local
público adequado para depositar ou reciclar esses aparelhos.
De acordo com o diretor de coleta
seletiva da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Mário José de
Oliveira, por lei, o lixo eletrônico é de responsabilidade de seu
fabricante. Assim, quando encontrado, a Comurg o encaminha para as
empresas porque não tem onde depositar tais aparelhos e nem como
reciclá-los. Por isso, segundo ele, não existe nenhum ponto de coleta de
lixo eletrônico na capital. “O destino da coleta seletiva são as
cooperativas. Mas elas não estão preparadas para lidar com esse tipo de
material”, explica.
Para Mário, o ideal seria ter uma usina
de reciclagem ou um depósito adequado. Segundo ele, já existe um projeto
que está em fase de estudo, mas nada ainda foi definido, já que o custo
da construção de um local desses é alto. “Goiânia tem essa necessidade.
A coleta seletiva aqui é uma das melhores do Brasil. No caso de ter um
lugar, poderíamos utilizar essa estrutura e recolher também o lixo
eletrônico”, destaca o especialista. Ele lembra que, mesmo sem ter um
local adequado, as pessoas nunca devem jogar os eletroeletrônicos no
lixo comum. Uma opção, segundo Mário, é devolver o aparelho para loja de
origem.
Coordenadora do Comitê para
Democratização da Informática (CDI), Quimico Yamomoto afirma que o grupo
sonha poder implantar vários pontos de coleta em Goiânia e criar um
local para depositar esse tipo de lixo. “Aí poderíamos recuperar o que
pode ser recuperado e dar destino adequado ao que não pode”, planeja.
Segundo ela, o comitê já tenta recolher principalmente computadores e
consegue recuperar 30% das máquinas. “Muita gente nos doa equipamentos
que ainda funcionam”, comenta. Ela explica que essas máquinas
recuperadas são doadas para entidades filantrópicas e que o que não pode
ser reaproveitado é entregue para empresas.
Catatreco
O diretor de coleta seletiva da Comurg lembra que a única alternativa oferecida pela Prefeitura é o projeto Catatreco, que recolhe os objetos em casa e os repassa para as cerca de 300 famílias cadastradas nas cooperativas conveniadas ao Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS), que os distribuem entre seus membros. Qualquer um pode agendar recolhimento de móveis e eletroeletrônicos pelo telefone (062) 3524-8555. No entanto, o foco do projeto são objetos reaproveitáveis. “Se encontramos objetos que não temos como reaproveitar, fazemos uma triagem e encaminhamos para local adequado.”
O diretor de coleta seletiva da Comurg lembra que a única alternativa oferecida pela Prefeitura é o projeto Catatreco, que recolhe os objetos em casa e os repassa para as cerca de 300 famílias cadastradas nas cooperativas conveniadas ao Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS), que os distribuem entre seus membros. Qualquer um pode agendar recolhimento de móveis e eletroeletrônicos pelo telefone (062) 3524-8555. No entanto, o foco do projeto são objetos reaproveitáveis. “Se encontramos objetos que não temos como reaproveitar, fazemos uma triagem e encaminhamos para local adequado.”
Mesmo entre as empresas privadas, apenas
uma trabalha com esse tipo de descarte. O depósito fica no Setor Leste
Vila Nova, próximo à Praça da Bíblia e que tem o nome de Sucata
Eletrônica. Lá, é possível inclusive vender alguns itens de computador.
Outros, considerados sem valor comercial, são aceitos de graça. Segundo
um responsável pela empresa, no local é feita uma pré-reciclagem e
grande parte do material, como o plástico, é triturada e reaproveitada.
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