Pesquisa coloca SC entre estados com maior inclusão digital do país
Acima da média nacional e mundial, Santa Catarina foi destaque na pesquisa Mapa da Inclusão Digital, divulgada, em meados de 2012, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Florianópolis também chamou atenção. Além de ter os melhores índices entre as capitais, é a segunda cidade do país com mais moradores com computador em casa e a quarta no acesso à internet em residência.
O estudo mostra que, em Santa Catarina, 54,03% das pessoas têm computador em casa, bem à frente da média de 21,79% registrada no país. Em relação a conexão à internet, 41,66% dos lares catarinenses têm o serviço, enquanto no Brasil a média é de 14,74% e no mundo, 33,49%.
A pesquisa demonstra que o estado não se destaca somente na quantidade, mas também pela qualidade. Entre os computadores ligados à rede em SC, 58,65% usam banda larga, melhor desempenho nacional.
O Mapa da Inclusão Digital ainda relaciona outras cidades catarinenses, além da Capital, com bons indicadores. São José e Balneário Camboriú estão entre as top 15 nacionais tanto em número de computadores como no acesso à internet. E Blumenau aparece na 17ª posição em número de computadores de casa.
Os bons resultados também significam melhor mão de obra, população informada e com maior capacidade de aprendizado. Doutor em Desenvolvimento Humano pela USP, Fernando Becker, diz que a inclusão digital faz uma diferença enorme na vida das pessoas, que se tornam muito mais preparadas intelectualmente.
Isto é traduzido em maior facilidade para aprender, o que resulta numa formação de mais qualidade. Ele acrescenta que, com a internet, a população tem acesso a conteúdos que estavam restritos a bibliotecas e salas de aula.
A inclusão digital também tem reflexos positivos na atividade econômica, afirma Alcides Leite, professor de Economia da FIA. Ele declara que o contato com a informática e a internet forma pessoas mais capacitadas e com melhor condições de conseguir um bom emprego.
Perfil da cidade
O presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard, cita o polo de tecnologia da informação e as boas universidades existentes como alguns dos motivos para o bom desempenho de Florianópolis. Lembra da condição econômica da população.
Na análise de Heitor Blum S. Thiago, presidente do Comitê para Democratização da Informática (CDI) em SC, os números da pesquisa da FGV são expressivos, mas inclusão digital é mais do que um computador com internet em casa.
A coordenadora pedagógica Camila Bittencourt explica que não basta saber usar o Facebook e sim usar a ferramenta para melhorar a vida própria e também da comunidade onde vive. O CDI está em 16 comunidades carentes, com cursos de informática focados na geração de renda e emprego.
Oportunidades de empregos
As experiências realizadas no município comprovam que a entrada para o mundo digital pode ir além da aquisição de um computador. O aposentado Hélio Garcia, de 54 anos, que o diga. Ele não só tem um computador em casa, como também várias máquinas e peças de informática espalhadas pela sua oficina improvisada.
Em 2011, ansioso por estar há muito tempo sem trabalhar, decidiu encarar o aprendizado de informática no curso de Manutenção de CDI. Hélio foi tão bem sucedido na tarefa, que, três meses depois de finalizado o curso, abriu o seu próprio negócio como técnico em informática.
Arrumou uma casa nova para o cachorro no quintal, e montou a oficina no antigo canil. Em um corredor de 1,5 por 10 metros, ele trabalha, hoje, para cerca de 30 clientes mensais. O investimento para abrir a empresa foi de R$ 7 mil.
Com informações Diário Catarinense /Felipe Pereira e Janaina Cavali.
Nenhum comentário:
Postar um comentário